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O urbBA
Idealizado pelo grupo de pesquisa Lugar Comum, e vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia, desde sua primeira edição, em 2011, o urbBA tem como objetivo geral uma discussão sistematizada, regular e ampla sobre a cidade e o urbanismo na Bahia como forma de alimentar a constituição teórica do campo e enfrentar questões desafiadoras do contexto contemporâneo.
TEMA
A 12ª edição do Seminário Urbanismo na Bahia, o urbBA[22], expressa um movimento de expansão das análises sobre o urbanismo, o planejamento e os estudos urbanos praticados em áreas interioranas do estado da Bahia. Nas duas últimas décadas, a expansão das instituições de ensino superior pelo interior baiano tem possibilitado discussões que complexificam as problemáticas urbanas vivenciadas em cada região, articulando relações entre as cidades, suas identidades, memórias, conflitos, territorialidades, experiências e movimentos.
O Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), Campus Barreiras, acolhe, muito entusiasmadamente, o convite para sediar o urbBA[22], percebendo no evento a oportunidade de se debruçar sobre discussões dos vários campos disciplinares que se articulam e envolvem o urbanismo, bem como o momento de estreitar relações com as demais instituições de ensino superior presentes na cidade de Barreiras, particularmente aquelas de caráter público: a Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB) e a Universidade do Estado da Bahia (UNEB).
Barreiras é uma cidade de médio porte localizada no Oeste baiano, com grande riqueza histórica, cultural e socioeconômica. Vem sendo conhecida, assim como toda a região, pelas práticas do agronegócio irrigado e por estar inscrita na delimitação do MATOPIBA (acrônimo que designa uma extensão geográfica que recobre parcialmente os territórios dos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). As práticas do chamado “agro pop” têm transformado as paisagens e as vivências locais de modo, no mais das vezes, contraditório. Assim, acredita-se ser oportuno tratar tal problemática nesse momento em que o urbBA será, generosamente, aí sediado.
O MATOPIBA é uma região formada por áreas majoritariamente de cerrado, para onde a agricultura brasileira se expandiu a partir da segunda metade da década de 1980. Produz de tubérculos a frutas, passando pela pecuária, mas se destaca mesmo no cultivo de grãos e fibras. A partir de 2005, a área foi considerada um grande polo de monocultura, especialmente de soja, milho e algodão, com largo uso de tecnologias mecanizadas.
No entanto, os impactos ambientais dessa agroindústria merecem atenção e questionamentos, visto que o meio ambiente vem sendo seriamente ameaçado juntamente com o crescimento do MATOPIBA. O bioma do cerrado está desaparecendo com o desmatamento, que dá lugar a áreas agrícolas e de pastagem. Outro problema é a desigualdade social e econômica, pois a renda e as terras estão concentradas na posse de grandes fazendeiros, comprimindo as diversidades territorial, social e populacional que sempre existiram nesse espaço.
O crescimento agrário do MATOPIBA colabora também com o avanço de infraestruturas em toda a região, o que repercute no crescimento agudo das zonas urbanas, intensifica as mesclas de urbanidades e ruralidades, e relega às frestas das grandes práticas agroindustriais a (re)existência dos povos e comunidades de fundo e fecho de pasto, os terreiros de umbanda, os beradeiros, os movimentos de luta pela terra, os geraizeiros, dentre outros.
Nesse contexto, o urbBA[22] traz como tema central: MATOPIBA? Contradições e resistências no cerrado, no agrário e no urbano, e convida a todos para a proposição de trabalhos acadêmicos, profissionais e artísticos que reflitam as questões do urbanismo recortadas por esse cenário, nesta e em outras regiões brasileiras.
O urbBA[22] se organiza a partir de quatro eixos temáticos:
1. (Re)existências, representações e narrativas nos territórios;
2. Práticas de gestão dos recursos do cerrado, as águas, disputas e discursos;
3. Cidades fluviais, camadas históricas e paisagens culturais;
4. Infraestrutura urbana e planejamento em pequenas e médias cidades.
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